Transformação Digital: MPC-PR capacita servidores sobre hackathons e ferramentas de inovação

Dando continuidade ao seu programa de capacitação contínua, o Ministério Público de Contas do Paraná (MPC-PR) promoveu, na tarde do dia 25 de abril, o curso “Hackathons e Ferramentas de Inovação Aberta“, ministrado por Fernando Tomé, referência nacional na idealização de projetos de inovação para o setor público e privado. 

O evento contou com a participação de cerca de 50 servidores e Membros dos Ministérios Públicos de Contas e Tribunais de Contas dos Estados do Amapá, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal. Além disso, o curso também foi transmitido ao vivo no canal do YouTube do MPC-PR (@CanaldoMPC-PR) e segue disponível para o público. 

Em razão de outros compromissos institucionais, o Procurador-Geral Gabriel Guy Léger não participou ao vivo do evento, mas deixou um recado gravado aos participantes destacando que a capacitação faz parte de um esforço institucional para aproximar o controle externo das práticas mais inovadoras do setor público. “É uma oportunidade para refletirmos como as novas metodologias podem contribuir para melhorar a gestão, ampliar a eficiência e fortalecer o controle dos recursos públicos”, destacou.  

Ferramentas inovação aberta no setor público 

O uso de inteligência artificial e demais recursos tecnológicos de inovação já é uma realidade na rotina de trabalho dos órgãos públicos. Contudo, a falta de regulamentação e diretrizes sobre o uso ético e responsável dessas ferramentas ainda representam um desafio para a maioria dos gestores. Dessa forma, é imprescindível que o setor público não seja apenas um usuário passivo da tecnologia, mas sim protagonista na construção de soluções inovadoras que atendam melhor a sociedade. 

Essa foi umas das reflexões trazidas pelo palestrante Fernando Tomé, especialista na idealização, estruturação, curadoria e organização de iniciativas voltadas à inovação e ao empreendedorismo digital no setor público e privado. Atualmente é consultor de inovação na Comnaction Inteligência Social & Digital, sendo que também já atuou como Diretor da Campus Party Brasil e embaixador na América Latina da AngelHack, empresa do Vale do Silício pioneira na organização de hackathons.   

Com mais de 10 anos de experiência na promoção e organização de hackathons, datathons e outras jornadas de inovação aberta, Tomé destacou a diferença essencial entre invenção e inovação: enquanto a invenção se refere à criação de algo novo, a inovação se realiza quando uma solução gera impacto social efetivo e transforma positivamente a realidade da população.  

Nesse sentido, ele enfatizou que inovar no setor público não é simplesmente incorporar novas tecnologias nas rotinas de trabalho, mas repensar processos, estruturas e formas de relacionamento com o cidadão. Para tanto, é preciso que as instituições desenvolvam uma cultura de inovação, por meio de atividades que proporcionem a colaboração entre equipes, a liberdade para propor ideias e aceitação do erro como parte inevitável do processo de aperfeiçoamento. Para Fernando Tomé, sem uma mudança cultural que valorize a experimentação e o pensamento aberto, a inovação não se sustenta a longo prazo. 

Como forma de impulsionar essa transformação, o palestrante apresentou aos participantes as ferramentas de “Hackathons” e “Datathons” — maratonas colaborativas de inovação visando o desenvolvimento de soluções em um curto período, sendo que a última envolve especificamente a análise de dados. Ele detalhou como essas práticas têm gerado soluções criativas de baixo custo e grande impacto na melhoria dos serviços públicos. 

A formação também trouxe uma reflexão crítica sobre o uso da inteligência artificial pelas entidades governamentais, que requer responsabilidade, ética e transparência. Para que essa ferramenta seja de fato uma aliada da cidadania e da gestão eficiente, ele defendeu a criação de comitês de governança de IA nos órgãos públicos, assegurando que essas tecnologias sejam implementadas com critérios claros, respeitando direitos fundamentais e evitando desigualdades. 

Ao final de sua exposição, Fernando Tomé reforçou que a inovação não deve ser vista como uma meta isolada, mas como um meio para aprimorar a administração pública, fortalecer a democracia e entregar melhores resultados à sociedade. Para isso, destacou a importância da formação contínua dos servidores, do estímulo à criatividade institucional e da construção de pontes entre o setor público, a academia e a sociedade civil organizada. 

Compromisso institucional com a modernização 

A realização do curso “Hackathons e Ferramentas de Inovação Aberta” integra o programa Trilhas de Formação e Especialização Avançada do MPC-PR, e representa o esforço para fortalecer a cultura de inovação e excelência técnica dentro da instituição, alinhando-se as melhores práticas de governança para aprimorar a administração pública no Estado do Paraná. 

Mais do que isso, com essas iniciativas o MPC-PR busca atender às necessidades concretas da sociedade, fortalecendo direitos, ampliando a inclusão social e promovendo o acesso mais democrático a serviços públicos de qualidade. 

Para se aprofundar no tema 

Visando ampliar o debate e acesso aos conteúdos abordados, a gravação do curso permanece disponível no canal do YouTube do MPC-PR.  

Além disso, o palestrante Fernando Tomé disponibilizou os slides da apresentação, reunindo os principais conceitos, metodologias e casos práticos debatidos durante o evento. O material pode ser consultado por todos os interessados, servindo como ferramenta adicional de estudo e aprofundamento das práticas de inovação colaborativa no ambiente público. 

Para acessar a íntegra da apresentação, clique aqui.